quarta-feira, 19 de julho de 2017

Tempo de recomeço



Não faz nem dois meses que me mudei para um novo lar, estou apreciando as pequenas tarefas cotidianas, pela primeira vez cabem na palma de minhas mãos.
Dei-me tempo e me tirei desperdícios. Só o essencial vive em minha nova casa.
Agora posso realmente desfrutar de tudo o que tenho, já que é menos; Usar toda a louça, lavar com gosto depois, admirar a organização, os vazios.
Pisar descalça no gostoso do chão. Maravilhar-me com a vista verde, com as frutíferas, com a brisa do que vem do mar... Aproveitar o silêncio, o zumbido do vento.
Arrumar minhas coisas, dentro e fora, acalma a alma, lavando e guardando a roupa.
Tudo é bom. O banho quente bem forte. O barulho da chuva no telhado. O amarelo da varanda. O amarelo do por do sol. Os novos vizinhos tão amigos.
Os pequenos rituais de abrir a caixa de correios, colocar o lixo fora. Todo o lixo.
Recorda-me da casa de minhas avós, onde esta simplicidade também era tão presente.
Tudo é como deveria ser.
Reaprendo a ouvir mais o coração e ele canta, canta bem alto.

Namastê!

terça-feira, 2 de maio de 2017

Borboleta azul

Uma linda borboleta azul muito semelhante a que esta na imagem, passou por mim três vezes justamente na hora em que finalizava um contrato. Infelizmente não consegui fotografá-la, mas ela permanece gravada na minha mente.
Intrigada com a imagem que não saia da minha cabeça, fui buscar o significado no google e lembrei imediatamente que as borboletas são consideradas símbolo da transformação.
É verdade que vivo agora um desses momentos metamorfose da vida – ciclos e mais ciclos terminando ou recomeçando num ir e vir sem fim.
Olhando aquela borboleta azul que voava em círculos a minha frente, pela primeira vez na vida tive a certeza da impermanência das coisas. O fato é que estamos sempre em movimento, traçando planos, sonhos, nos dedicando a melhorar. Estamos continuamente lidando com as mudanças. 

É importante que nos nossos processos de renascimento não deixemos de colocar na balança nossas atitudes, sentimentos, posturas, crenças, erros. Porque sem avaliações profundas e sinceras de quem somos e como nos apresentamos ao mundo, de como convivemos com as pessoas, especialmente as que amamos e que nos amam, há o perigo da estagnação. De passarmos nossa tão breve existência cometendo as mesmas falhas. Aí, é ciclo, mas vicioso. 
Existem histórias especiais que serão sempre guardadas com carinho e emoção, independentemente da situação. 
Fecho os olhos e agradeço com todo o coração, tudo e todos que me ensinaram algo. Que foram importantes. Guardo as alegrias. 
Perdoo as tristezas e sigo leve, renascendo e não esqueço que fins, sejam lá quais forem, são recomeços.

“Novos jardins... Outras flores, novos, perfumes, ao sabor do vento... Quase uma borboleta azul...”